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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Seca do Nordeste

A maior seca dos últimos quarenta anos castiga a população do Nordeste:




Duzentos e trinta e oito municípios estão em estado de emergência. Vitória da Conquista, no sudoeste, começou a fazer racionamento de água.

                                                             seca no Nordeste

 

O governo da Bahia, através do Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícula, calcula que os prejuízos com a seca no estado até hoje cheguem a quase R$ 100 milhões. As pastagens secas castigam praticamente todo o rebanho de caprinos, o maior do país com 15 milhões de cabeças. A produção leiteira também sofre.
No norte do estado, uma das regiões mais atingidas, os produtores de feijão lamentam as perdas. “Todo ano a gente colhe em um hectar seis a oitos sacos de caroços. Esse ano está desse jeito”, disse um agricultor.
Os números são da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Segundo o órgão, o prejuízo no estado com a seca pode chegar a um bilhão de reais nos próximos sessenta dias, caso o cenário atual não mude. Os setores mais atingidos pela seca, ainda de acordo com a EBDA, são o da pecuária. Até agora, houve um déficit de cerca de R$ 560 mil por causa da morte de bovinos e de aproximadamente R$ 302 mil com a redução do peso do gado. Os prejuízos com a redução na produção de leite no estado passa dos R$ 100 mil.
Duzentos e trinta e oito municípios baianos estão em situação de emergência por causa da seca, a pior dos últimos 47 anos.

Racionamento de água

Nesta terça-feira (15), começou a ser feito o racionamento em Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia. A barragem que abastece o município está pela metade, e os 310 mil habitantes de Vitória da Conquista vão sentir ainda mais os efeitos da seca. A cidade foi dividida em setores. Cada um deles só vai receber água de dois em dois dias.
Em Feira de Santana, cidade localizada a cerca de 100 km de Salvador, uma cooperativa que recebia 45 mil litros de leite por dia teve que suspender as atividades. O maquinário está parado desde o início do mês de maio. A quantidade de leite que os pecuaristas da região conseguem fornecer não é suficiente para manter o laticínio funcionando. A cooperativa mandou os 90 funcionários para casa, sem salário, e sem previsão de retorno.
Funcionário da cooperativa há 21 anos, Amilton de Jesus mantém a família como pode. “Faço um bico de pedreiro, de ajudante, de carpinteiro, para tentar amenizar a situação”, disse.

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